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Um levantamento divulgado pela Confederação Nacional do Transportadores Autônomos (CNTA) revelou um quadro preocupante para a segurança nas estradas. A pesquisa, que ouviu 1.006 caminhoneiros em sete estados, mostrou que a rotina de trabalho da maioria dos motoristas independentes no país (cerca de 65%) varia de 9 horas a 12 horas diárias. Só que 25% trabalham mais de 13 horas por dia, o que fica acima dos limites de segurança definidos pela Lei do Descanso, que regulamenta as jornadas desses profissionais.
Os entrevistados foram ouvidos em postos de combustível, Pontos de Parada e Descanso (PPDs) e áreas portuárias. Pouco mais de um terço deles disse que trabalha entre 21 e 25 dias por mês, enquanto 36% trabalham entre 26 a 31 dias, o que significa que têm apenas um dia de folga por semana, ou menos. Do total, 28% disseram que descansam menos de sete horas por dia. Metade também diz que não consegue tirar férias, e quase a metade – 46% – afirmam que pretendem abandonar a profissão no futuro.
Os números preocupam, porque, além do índice de profissionais que querem mudar de ramo, muitos caminhoneiros que deixam o serviço hoje não estão sendo substituídos, ao menos não no ritmo demandado pelo mercado. A pesquisa identificou que há mais caminhoneiros acima de 66 anos (4%) do que com menos de 25 anos (2%). Apenas 17% estão na faixa entre 26 e 35 anos. A maior parte dos caminhoneiros, 58%, está entre 36 e 55 anos, enquanto outros 23% estão acima dessa faixa. Outros dados que chamaram a atenção foram que, de cada cinco profissionais entrevistados, um afirmou nunca realizar check-up de saúde. E um em cada quatro admitiu já ter utilizado estimulantes (o popular “rebite”) para dirigir, pelo menos alguma vez.
Desde o início do ano, cerca de 40 mil caminhoneiros foram autuados pelo descumprimento da regra do período obrigatório de descanso. O número é maior que o total de autuações dessa natureza em 2024, quando foram cerca de 25 mil multas.
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