Caminhoneiro brasileiro: pesquisas traçam perfil e avaliação da profissão

Conforme estudo do Instituto Paulista do Transporte de Cargas (IPTC), um dos grandes desafios do setor de transporte está na falta de motoristas qualificados no Brasil e no envelhecimento progressivo da mão de obra, algo que impacta diretamente na renovação da força de trabalho. Por isso, é primordial que o empresário do meio compreenda a condição desse profissional e o valorize nas operações de transporte.

Duas pesquisas recentes foram lançadas analisando o caminhoneiro brasileiro. Uma delas, divulgada pela Confederação Nacional do Transportadores Autônomos (CNTA), aponta o perfil desse motorista autônomo e apresenta um retrato de sua realidade no Brasil em 2024. A maioria deles trabalha de 9 a 12 horas por dia, com uma certa porcentagem afirmando passar 13 horas em atividade, o que afeta significativamente a qualidade do trabalho e o torna suscetível a acidentes. De cada cinco profissionais entrevistados, um afirmou que nunca realiza check-up de sua saúde. Em relação à segurança, 46% dos respondentes afirmaram que já foram vítimas de furto e roubo de cargas pelo menos uma vez.

A outra pesquisa, realizada pela logtech Freto, apresentou o Índice de Satisfação dos Caminhoneiros nas Estradas. Os destaques positivos ficaram para duas categorias que receberam uma nota acima da média de 2,5 estipulada pelo Índice: 77% dos condutores avaliaram com notas entre 3 e 5 a Carga Horária de Trabalho (2,75) e 65% avaliaram, com as mesmas notas, o Preço do Frete (3,35). Entre os pontos negativos, destacaram-se a Segurança nas Estradas, em que metade dos caminhoneiros deram nota 0 (zero) ao atual cenário, e 32% dos condutores deram notas 1 e 2 (1,08). Outra insatisfação se apresentou no Preço do Combustível: um terço avaliou com nota 0 (zero) e 44% com notas 1 e 2.

Com o resultado desse material, é possível encontrar soluções para os pontos mais relevantes e se atentar aos principais desafios enfrentados por esse profissional. Ainda nessa questão, e apontando para o outro lado da moeda — dos contratantes de caminhoneiros e outros motoristas autônomos —, a SETCESP realizou um webinar que discutiu desafios e soluções na contratação de motoristas. O evento reuniu especialistas do ramo do transporte e destrinchou a realidade desse profissional nos dias de hoje, como afirma Ellen Santiago, coordenadora da comissão de RH do SETCESP: “Havia a ideia de que nem era preciso estudar para exercer a função. Só que hoje, o caminhão deixou de ser algo simples para se tornar uma máquina espetacular, impulsionado pela revolução digital. Atualmente, aquele que não se qualificar não estará apto a exercer essa atividade”.

Saiba mais nos sites MundoLogística, Estradão, Frota e Cia e SETCESP.

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