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Os caminhões representam apenas 3,6% da frota de veículos no Brasil, mas as estatísticas mostram que, no ano passado, eles foram responsáveis por quase a metade (49,9%) dos gases de efeito estufa emitidos pelo transporte terrestre. Como reduzir essa pegada? Um estudo do Instituto Ar sugeriu que, se toda a frota do país fosse convertida para elétrica, as emissões seriam reduzidas em 46%. Na prática, porém, seria difícil implementar essa ideia em função de fatores como o preço dos veículos elétricos e a falta de postos de recarga. Boa parte das emissões, inclusive, só acontece porque uma grande parte da frota nacional é formada por veículos idosos, com mais de 15 anos, com motores a diesel de conceito antigo, que já eram poluentes quando novos e só pioraram com o tempo.
Para enfrentar a questão da redução de emissões, empresas, pesquisadores e startups estão fazendo uma série de experiências para encontrar saídas com maior eficiência, melhor tecnologia e, principalmente, melhor relação custo-benefício. Um exemplo é a iniciativa da PepsiCo com a MWM, que converteu um caminhão semileve da Volkswagen, prestes a ser aposentado, de combustão a diesel para biometano. Ao invés de fazer adaptações, a MWM desenvolveu um motor novo e o instalou no lugar do antigo, o que permitiu manter a potência e o torque originais, só que reduzindo em 95% as emissões. A reforma de um caminhão antigo (“retrofit”, na linguagem técnica) mostrou que era possível obter um veículo com baixa emissão e motor novo, gastando apenas 25% do valor que seria necessário para comprar um zero quilômetro. A PepsiCo, dona da frota do caminhão, diz que a iniciativa pode ser o início de um projeto de longo prazo.
Um outro projeto, da EcoRodovias com a Volkswagen, está testando caminhões com motor movido a B100, um biodiesel produzido a partir de soja, que é 100% renovável e pode diminuir em até 90% as emissões de CO2. Serão quatro veículos de serviço nas áreas da rodovia: um guincho, um caminhão-pipa e dois de delivery. A adaptação dos motores a diesel é relativamente simples e barata, e o teste será acompanhado durante pelo menos um ano para avaliação dos resultados. O objetivo é que ele ajude na meta da EcoRodovias de reduzir em 42% as emissões até 2030.
Na fronteira das novas tecnologias, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) firmou um acordo com a fabricante chinesa GWM para conduzir testes sobre o uso do hidrogênio em veículos pesados. O anúncio aconteceu juntamente com a apresentação do primeiro caminhão movido a célula de combustível a hidrogênio no Brasil. Nesse tipo de veículo, a reação entre o hidrogênio armazenado em cilindros e o oxigênio do ar produz eletricidade, gerando somente vapor de água como resíduo, ou seja, emissão zero. O veículo tem autonomia de 500 km, e os grandes desafios para a popularização dessa tecnologia, até o momento, são o custo e a segurança, já que hidrogênio puro é inflamável e explosivo. As pesquisas buscam justamente trabalhar as questões da produção, armazenamento, segurança e desempenho nesses caminhões e seus pontos de abastecimento.
Saiba mais sobre o assunto nos sites Exame, Estradão, InsideEVs e Estadão.
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